quarta-feira, 22 de junho de 2011

PADRE HENRIQUE - AO MESTRE COM CARINHO.

Quando entrei no Ginásio, logo no Curso de Admissão, lá pelos idos de 1960, Padre Henrique foi meu professor. Nesse curso ele   lecionava  português. Quando ingressei no curso ginasial e durante todo o curso tive o privilégio de ser aluno de Padre Henrique nas matérias de Português e Latim. Padre Henrique era um professor diferenciado; enérgico, disciplinador e excelente professor. Sabia ensinar como poucos.  Na época dizíamos que Padre Henrique era bravo, hoje entendemos que era apenas exigente. Não dava moleza mesmo. Mas uma coisa é certa,  todos nós que tivemos a sorte de ser seus alunos hoje só temos é que agradecer por tudo que aprendemos com ele. E quem não aprendeu foi porque não se interessava. Azar deles (ou nosso).


Além de excelente professor, Padre Henrique ainda era o responsável pelos Coroinhas. Éramos mais de 50. Naquela época a missa era em latim e, como Padre Henrique era professor de latim, tínhamos que dar conta do recado.

 Estou nessa. Na segunda fileira sou o primeiro da esquerda.



Prof. Cassemiro, Prof. Armindo, Profª. Vera Savernini, Padre Henrique, Prof. Ivonise, Prof. Lucilo, Padre Higino, Prof. Sales, Prof. Guilhermina, ?
Um fato interessante é como abandonei a batina de coroinha. É o seguinte. Na chamada missa vespertina, que era aquela celebrada aos domingos à 19:00 horas, tinham 16 coroinhas ajudando a missa, 7 de cada lado do altar e os 2 que realmente eram os que ajudava a celebração da missa. Em todas as missas vespertinas, que chamávamos de “Missa Dialogada” havia a benção do Santíssimo que, necessariamente, tinha a queima do incenso, para o que se utilizava o turíbulo. E o que acontece é que um dos 14 coroinhas que ficavam ao lado do altar era previamente escalado para ajudar a benção. Assim, em determinado momento da missa esse coroinha saia, ia na Sacristia pegava o turíbulo, descia toda aquela escadaria e ia na Casa do Sr João Antônio, cuja casa era no “pé da escada” (Olhe que eram mais de 100 degraus), colocava o carvão em brasa no turíbulo e subia a escadaria balançando o tribulo para que as brasas não se apagassem,
Aqui é que entr,a minha história. Em uma missa eu estava escalado para ajudar a benção. Fiz tudo certo. Fui na Sacristia, peguei o turíbulo, desci a escadaria, coloquei as brasas no turíbulo e fui subindo a escadaria. Ocorre, que na subida encontrei um amigo, o Paulo "Biscoitninho", e subimos conversando. O papo estava tão bom que esqueci de subir balançando o turíbulo, e não deu outra, a brasa virou carvão apagado. Fiquei doido. Ao chegar na Sacristia, chamei o Tião (filho do Zé Roque), que era o Sacristão e falei. “Olha Tião, o Turíbulo apagou, me ajuda ascender de novo”. O fedazunha olhou p’ra mim, deu uma risadinha de sacana e falou “Se vira, você não é quadrado”. Eu me virei mesmo. Coloquei o turíbulo no chão, arranquei a batina, pendurei-a no cabide e rachei fora. Confesso que até hoje não sei como fizeram a celebração da benção. Por sorte, quem celebrava a missa não era o Padre Henrique, era Padre Drehmans. Se Padre Henrique ficou sabendo não me disse nada.
Depois desta, abandonei a “carreira” de coroinha. Só voltei a ajudar uma missa muitos anos depois e por insistência de Padre Hildebrando, que um dia foi na minha casa, lá na Cidade Alta, e me disse : “ Ô Juca, vou precisar de uma ajuda sua”, respondi; “Pois não Juca, o quer que eu faça?”. Disse ele; “É o seguinte, tem um amigo nosso aí que eu estou precisando levar na igreja, por isso, chamei ele p’ra ajudar uma missa”, Eu não entendi nada e perguntei :” Tá legal, mas e daí? . Disse ele; “ É que ele não entende nada de missa, e como você já foi coroinha, pode dar uma força”. É claro que ninguém iria negar um pedido de Padre Hildebrando, muito menos eu. Aceitei e nem perguntei quem seria o outro coroinha. À noite, quando cheguei na igreja, para minha surpresa lá já estava preparado o outro coroinha. Era o HERMES CAPETA, que, aliás, saiu-se até bem como coroinha.
Até breve !!!