sábado, 16 de abril de 2011

ACRÍSIO ENGRÁCIO - II

Mas não pensem vocês que ele desanimou. Aproveitou os instrumentos que sobraram dos escoteiros reuniu um animado grupo e fundou o que seria a primeira Escola de Samba de Monlevade, mais uma vez tendo como símbolo a famosa tenaz, ferramenta com a qual o Acrísio desfilava imponente e orgulhosamente na frente da Escola. Na época foi um sucesso.

Naquele ano a Escola de Samba do Acrísio juntou-se aos blocos carnavalescos e conseguiu desfilar, mas isto apenas em um carnaval, pois logo surgiu outra Escola, desta feita fundada pelo Geraldo Orozimbo, que, mais organizada, uma vez que o Oró conhecia do ramo,  mandou para escanteio a “Escola de samba do Acrísio” Outra vez  o Acrisio  foi descartado.

Mas o Acrísio realmente não desanimava, na verdade seu destino era dar o chute inicial.

Só que na outra invenção o Acrísio exagerou na dose ao fundar o ACRISOBOL em duas versões, uma na quadra e outra dentro d’água, mais precisamente dentro do Rio Piracicaba.

A versão do ACRISOBOL na quadra era simplesmente uma partida de basquete com duração de 20 minutos para cada tempo e dois tempos. Com um detalhe, era jogado com os pés, isto mesmo,  tinha que se fazer a cesta com os pés, evidentemente que nunca se teve notícia de um gol-cesta, como seria chamado caso fosse marcado, mas isso, embora as inúmeras tentativas, nunca ocorreu.

Nos intervalos das partidas tinha um show a parte, era a apresentação das madrinhas do time. Disso o Acrísio não abria mão. Cada partida eram duas madrinhas. Eu não sei onde  ele conseguia tantas madrinhas, uma vez que naquela época mulher era objeto raro nesta cidade. Mas conseguia.

A versão ACRISOBOL na água, por sua vez, era um pouco mais simples, pois consistia no seguinte; o Acrísio juntava a meninada levava para a beira do Rio Piracicaba, ali perto da antiga Rua Três Casas (que na verdade tinha mais de dez), um pouco p’ra  frente de onde hoje está o Posto Girassol, na Rua Beira Rio.




                                               ACRÍSIO E SUA EQUIPE

Lá chegando, um “jogador” entrava no rio, com uma tenaz na mão (outra vez a tenaz) e ficava  com a água pela altura da cintura, enquanto  outro “jogador”  ficava fora d’água e arremessava a bola que tinha que ser agarrada com a tenaz. Mais uma vez o esporte terminou sem que fosse assinalado um tento sequer, no entanto, não se tem conta das bolas que desceram correnteza abaixo, pois, temendo pela segurança da garotada, o Acrísio não admitia que se tentasse pegar a bola na correnteza.

Após todas estas tentativas o Acrísio parece que desanimou com suas invenções e aderiu à política. O discurso era o seu forte. Bastava juntar um grupo de três a quatro pessoas que lá estava o Acrísio discursando, e até que falava bem, pelo menos todos o ouviam. Sua incursão na política coincidiu com a emancipação político-administrativa de Monlevade e sua campanha tinha como carro-chefe dois projetos; colocar água tratada em Carneirinhos e um Cristo Redentor no alto do Bairro da Pedreira, onde tinha, ou ainda tem, a torre de televisão.

E não é  que ele foi eleito vereador, e por sinal muito bem votado, mas pudera, seu principal cabo eleitoral foi o Zozoca, aquele famoso atleta do Vasquinho, um tremendo gozador. Eleito vereador o Acrísio não deixou por menos, logo tratou de elaborar um projeto de lei para cumprir sua primeira meta, a instalação de água tratada em Carneirinhos. Conta-se que no  primeiro discurso para explicar o seu objetivo foi interpelado por um colega que indagou:

- Mas Acrísio,  como vamos trazer água do Rio das Pacas até  Carneirinhos?

Com a sua indisfarçável elegância, retrucou o Acrísio:

- Fácil, nobre colega, é só colocar uma tubulação.

Seu interlocutor insistiu:

- Mas não tem jeito, pois Carneirinhos está acima do nível do Rio das Pacas.

E Acrísio então indagou:

- E daí, o que é que tem isso?

Nesse instante, demonstrando ser conhecedor das ciências exatas, seu interlocutor argumentou:

- A lei da gravidade! Ora.

Foi então que o Acrísio imediatamente respondeu:

- Uai, é fácil, nobre colega,  revogamos esta lei.

Foi quando um outro vereador, talvez mais “culto” e experiente manifestou em alto e bom tom:

 - Ora, nobre colega, como vamos revogar  esta lei se ela é FEDERAL.

Pois bem, este foi o grande Acrísio, que sem dúvida faz parte da memória e da história de nossa cidade. Um homem que, sem dúvida, viveu na época errada. A sua visão extrapolava os limites daquele tempo. Mesmo porque, hoje se joga vôlei com os pés e futebol de salão com as mãos.




Valeu Acrísio.

Até breve !!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

ACRÍSIO ENGRÁCIO - I

ACRISIO ENGRÁCIO era uma figura fantástica. Gente da melhor qualidade. Ou como dizia Geraldo Orozimbogente da prateleira de cima”. Educado, alegre e descontraído,  com ele não tinha tempo ruim, tudo era festa. Só alegria. Muito bom de papo, sempre bem vestido, gostava de um terno e chapéu branco com sapato da mesma cor, ao estilo do legítimo “malandro carioca” daquela época. Malandro no bom sentido, lógico, haja vista que o Acrísio  sempre foi muito trabalhador.

As façanhas de Acrísio, ao que me lembro,  começaram em meados da década de 50, quando elaborou um serviço de som que funcionava no prédio do antigo Sindicato na Rua Carijós,  próximo à Cidade Alta. Este serviço  funcionava todas as tardes e era uma festa,  os rapazes e  moças oferecendo músicas, uns para os outros.  na locução trabalhava o Geraldo “Barriga”, filho do Sr. Egídio. E era assim que ao som de Paul Anka,  Sedaka, Elvis Presley, Tonico e Tinoco, Nelson Gonçalves e outros ídolos da época a moçada se esbaldava.

Uma época realmente de muita alegria. mesmo porque naquela época nada ia além de uma cerveja ou, para os mais atirados, uma cahacinha. Nada mais.

Com o passar do tempo o serviço de som evoluiu e transformou-se na apresentação de um show de calouros que, posteriormente, passou a ser apresentado no Cine Monlevade, surgindo, naquela época a inesquecível e saudosa Neide Roberto, o grande Geraldo De Noite e o inesquecível e saudoso Severino Miguel, além de outros não menos valorosos. Este programa foi sem dúvida o marco inicial para a criação da primeira emissora de rádio da região, a Rádio Cultura de Monlevade, que, aliás, era um antigo sonho do Acrísio. Porém, quando tudo encaminhou para criação da referida emissora o Acrísio foi descartado.

O seu antigo programa de calouros passou a se chamar “Boa Noite Segunda-Feira” e era apresentado por Antônio Augusto, que na época era locutor da Rádio Guarani/BH.

Mas o Acrísio não desanimou. Com sua fértil imaginação e incansável criatividade reuniu um grupo de garotos e mandou confeccionar alguns instrumentos de bateria feitos com latas velhas e couros de gato, cabrito ou qualquer outro animal cujo couro produzisse som e fundou o que seria o primeiro grupo de escoteiros em Monlevade. O uniforme era o mesmo usado para ir à aula, camisa branca e calça curta azul marinho. 

Formado o grupo dos “Escoteiros do Acrísio” e  já com os instrumentos devidamente afinados começaram os ensaios na Rua Carijós, no percurso entre o antigo Sindicato e o  Ginásio de Tábua.

Era ensaio atrás de ensaio visando o desfile de sete de setembro. O grupo de escoteiros tinha como símbolo uma tenaz,  daquelas usadas no antigo Trem de Arame Krupp da Belgo. Naquela época o logotipo da Belgo era exatamente uma Tenaz, e, sendo o Acrisio  um apaixonado pela referida empresa há de se convir que a homenagem era justa e criativa, embora  um pouco fora dos padrões normais, mas justa, mesmo porque todo o material para a confecção dos instrumentos foram obtidos na Belgo.

Durante os ensaios lá ia o Acrísio comandando a bateria e a meninada marchando atrás. Era só empolgação.

Ao chegar o tão esperado sete de setembro uma surpresa! Não se sabe por qual motivo os “Escoteiros do Acrísio” não poderiam participar do desfile oficial que saia da praça da Matriz de São José e ia até a praça do cinema.  Como fazer? Depois de tanto ensaio e não desfilar seria uma decepção. Mas o Acrísio não deixou por menos, bolou um desfile paralelo, saindo do Ginásio de Tábua, na Rua Carijós, e indo até a praça do cinema. E não é que os “Escoteiros do Acrísio” chegaram na praça do cinema junto com desfile oficial, sendo inclusive muito aplaudidos.  Só que todos os garotos que deixaram de participar do desfile oficial para participar do desfile dos “Escoteiros do Acrísio” foram duramente repreendidos na escola, uma vez que a Dona Luzia (do cartório), que era a diretora, não dava moleza. Mas valeu a pena.

Com o passar do tempo foi oficializado em Monlevade o grupo oficial de Escoteiros, cuja sede era no antigo Senai, dentro da área da Belgo, e o primeiro chefe foi o Sr. Messias (do Cassino). Mais uma vez o Acrísio foi descartado.

Até o próximo capítulo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

CRÔNICAS DE UM MONLEVADENSE SAUDOSISTA.

De vez em quando me vem na cabeça alguns fatos ocorridos em nossa cidade e eu escrevo. Escrevo mas guardo. Fica só p'ra mim. Então, cheguei à conclusão que isto não resolve nada. Então resolvi fazer um teste, vou postar uma crônica que será sobre o inesquecível ACRÍSIO ENGRÁCIO. A primeira que escrevi. Como o texto é relativamente longo, vou postar em partes, digamos, por capitulos. Se der certo, depois postarei outras crônicas que já foram escritas. Não sei se vou agradar ou se vou encher o saco. Mas vou tentar. Se não agradar antecipo meus pedidos de desculpas, se agradar, desde já agradeço. Tudo que escrevi foi verdade. Não inventei nada. Se, por acaso, me esqueci de algum detalhe, tenho certeza que alguém irá me ajudar.

Logo terá a primeira postagem. ACRÍSIO ENGRÁCIO - I.

Deverá ter uns 3 ou 4 capítulos.

Até breve !!! 

PARABÉNS AO A NOTÍCIA.

Pela data de hoje quero parabenizar toda a equipe do JORNAL A NOTÍCIA  e desejar a todos toda a sorte do mundo, muito sucesso e que continuem com a linha editorial séria, descompromissada e inteligente. Faço minhas as palavras do Dr. Fernando Garcia, "é impossível pensar em Monlevade sem o Jornal A Notícia". E de fato é. Parabéns, sobretudo, pela demonstração de profissionalismo demonstrado por toda a equipe quando da turbulência que souberam contornar. E como contornaram. 

Parabéns a todos e felicidades.

Até breve !!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

POR BAIXO DESSE ANGÚ TEM CAROÇO!

Ontem ouvindo o programa "Apito Final", na Itatiaia, uma notícia me dixou grilado. É que segundo informações o Estudiantes irá escalar um time reserva para jogar com o Cruzeiro. Apenas três titulares, o goleiro e dois zagueiros. Logo que ouvi a notícia uma coisa me veio na cabeça. Ora, todos nós conhecemos de sobra os argentinos para saber que aquela vergonhosa derrota do último jogo ainda está entalada na garganta deles. Ainda não desceu. Por outro lado, eles ainda têm chance de se classificar como o segundo melhor colocado ainda que não vençam o Cruzeiro por uma diferença de oito gols, o que não é impossível, mas muito difícil. Então, por que escalar um time reserva? Segundo eles, seria para dar ritmo de jogo a alguns jogadores que se recuperam de contusões. Me engana que eu gosto. No meu ponto de vista, sem ter a infalível bola de cristal do Célio Lima, a idéia dos hermanos é a seguinte: "Já que é quase impossível ganha de 8 do Cruzeiro, vamos colocar os "cabeças de bagre" para jogar, assim, podemos descer a burduna e, quem sabe, desfalcar o Cruzeiro para os outros jogos, ao passo que se tivermos jogador expulso não tem problema, são reservas. Os titulares estão preservados". Torço para que eu esteja enganado, mas não vejo outra justificativa, mesmo porque, eles não são de entregar o jogo. Quem viver verá.

Até breve!!!

domingo, 10 de abril de 2011

MONLEVADE : PASSADO E PRESENTE !

                                                                           ONTEM ...

                                                                            HOJE.


                                                                         ONTEM...


                                                                              HOJE.


                                                                          ONTEM ...


                                                                              HOJE.


                                                                         ONTEM ...


                                                                              HOJE.


                                                                          ONTEM...


                                                                               HOJE.


Até breve !!!