GOL ... ONTEM E HOJE
Pelé fez mais de um mil e
duzentos gols comemorando da mesma
forma. Reinaldo Lima, maior artilheiro em média de gols por partida em um só
campeonato, quando fez vinte e oito gols em dezoito partidas, em 1977, também
sempre comemorou da mesma forma. Sócrates nunca comemorou os muitos gols
assinalados em sua carreira. Estes, e
muitos outros artilheiros do passado, eram atletas que de fato honravam a
camisa que vestiam, ao contrário dos meros atletas-mercenários de hoje, que a
cada temporada estão beijando o escudo das mais diversas camisas.
O que se via era os verdadeiros
atletas, comprometidos com o time, treinando com dedicação e com o único
objetivo de encontrar o caminho da vitória. E encontravam. A comemoração era um detalhe, era algo que
partia de dentro, uma explosão de alegria, natural e espontânea.
Hoje, estes atletas-mercenários
usam o tempo destinado aos treinamentos apenas para ensaiar ridículas
coreografias para comemorar os escassos gols. Escassos porque, na maioria das
vezes, quando muito, fazem seis a sete
gols em uma temporada. É muito ensaio coreográfico para poucos gols.
Realmente, é irritante ver um
“cabeça de bagre”, após um jejum de oito a dez partidas fazer um golzinho
qualquer, às vezes até através de uma simples cobrança de pênalti, apresentar aquelas ridículas coreografias,
verdadeiras palhaçadas que nada tem de natural, de alegria, de explosão, de
espontaneidade. Chega-se ao absurdo de tirar a camisa, jogá-la no chão e até
mesmo chutá-la.
Para que estas palhaçadas
coreográficas não ofusquem o objetivo de
uma partida de futebol e venham a se tornar mais importante do que o próprio
embate, faz-se necessário medidas urgente, tais como; proibir que o atleta saia
das quatro linhas e tire a camisa para comemorar um gol, sob pena, não de
cartão amarelo, mas expulsão sumária.